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Jaru: Acusado do feminicidio de Katia Dias é condenado a 31 anos de prisão

“Em 13 anos como promotor, nunca participei de um júri em que uma mulher matasse um homem por achar que ele era sua posse ou com tantos requintes de crueldade. Isso não é comum. Já homens matando mulheres por esses motivos, infelizmente, é rotineiro.”

01/05/2025 09h22
Por: Redação
Fonte: jaruonline

Nesta quarta-feira (30), o Tribunal do Júri da Comarca de Jaru condenou José Romão a 31 anos de prisão pela morte de sua esposa, Kátia Dias de Oliveira, assassinada brutalmente em janeiro de 2024 na Linha 632. O julgamento foi marcado por forte comoção, plenário lotado e uma sociedade mobilizada em busca de justiça.

O réu foi condenado a 30 anos de reclusão pelo crime de feminicídio, com reconhecimento das qualificadoras de motivo fútil, motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, nos termos do art. 121, §2º, incisos II, III e IV, e §2º-A do Código Penal, e mais 1 ano de reclusão pela tentativa de ocultação de cadáver, com base no art. 211 do Código Penal.

A atuação do promotor de justiça, Dr. Victor Ramalho Monfredinho, foi determinante. Durante sua sustentação, ele apresentou provas consistentes, o histórico de violência sofrido por Kátia e a conduta cruel do acusado, que já respondia por medida protetiva com base na Lei Maria da Penha.
O promotor destacou um padrão recorrente nesses crimes:

“Em 13 anos como promotor, nunca participei de um júri em que uma mulher matasse um homem por achar que ele era sua posse ou com tantos requintes de crueldade. Isso não é comum. Já homens matando mulheres por esses motivos, infelizmente, é rotineiro.”

Em determinado momento, a defensora pública Laura Petry, responsável pela defesa do réu, tentou desqualificar a vítima, sugerindo que Kátia teria contribuído para o próprio assassinato. A fala causou forte reação no plenário e foi prontamente rebatida pelo promotor, que solicitou ao juiz que não permitisse a continuidade dessa argumentação. O magistrado atendeu ao pedido e advertiu a defensora, impedindo a tentativa de culpabilização da vítima.

O julgamento foi conduzido pelo juiz presidente Dr. Hugo De Hollanda, que, antes de proferir a sentença, ressaltou a importância do momento:

“Casos como este precisam deixar claro que a violência contra a mulher não será tolerada. Ela existe, infelizmente, mas cabe a todos — Estado e sociedade — combatê-la.”

O júri, composto por sete cidadãos, reconheceu todas as qualificadoras e a materialidade do feminicídio, resultando na pena máxima permitida pela lei no caso.

Ao final da sessão, sob forte emoção, familiares da vítima — incluindo mãe e irmãos — se abraçaram em lágrimas. O plenário permaneceu cheio durante todo o julgamento. Entre os presentes estavam, além de familiares e amigos, acadêmicos de Direito e a vereadora Sol de Verão. Moradores compareceram vestidos de preto em sinal de luto, solidariedade e protesto silencioso.

O julgamento de José Romão entra para a história de Jaru como um marco no enfrentamento ao feminicídio e na defesa da dignidade das mulheres.

Katia Dias de Oliveira (Vítima)
Promotor de justiça, Dr. Victor Ramalho Monfredinho com a família da vítim
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